Maior parte do endividamento sucroenergético está no mercado de capitais
Ao mesmo tempo em que comemora um aumento de sua carteira no agronegócio, o Citi Brasil também reporta uma menor exposição ao setor de açúcar e etanol. O movimento reflete uma tendência geral das sucroenergéticas, que diversificaram as fontes de financiamento e passaram a apostar com mais intensidade no mercado de capitais.
A informação foi confirmada pelo líder de commercial bank do Citi para o Brasil e a América Latina, André Cury: “No segmento de açúcar e etanol, a nossa exposição acabou diminuindo. Não por falta de vontade ou empenho nosso, mas porque o setor se desalavancou”.
De acordo com o executivo, a relação entre a dívida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das sucroenergéticas caiu praticamente pela metade no período de três anos. Cury conversou com jornalistas durante a realização do 18º Encontro Anual de Açúcar e Álcool, realizado pelo banco em Ribeirão Preto (SP).
Para ele, nem mesmo o efeito das queimadas sobre os canaviais é considerado motivo de preocupação. “Tem uma empresa específica que chegou a queimar quase 10% do canavial, mas a média ficou de 3% a 3,5%”, relata Cury, que segue: “Essas companhias estão tão bem capitalizadas que o impacto, no curto prazo, é bem mitigado”.
“Cerca de 80% do endividamento das empresas de açúcar e etanol está no longo prazo. Elas têm feito um bom trabalho, com estrutura de capital, alongamento da dívida e diversificação de fontes de financiamento”, André Cury (Citi Brasil)
Além disso, ele relata que, ao longo dos anos, o mercado de capitais passou a ser um importante fornecedor de crédito para as usinas. A análise de Cury vai na mesma linha da apresentada pelo sócio fundador da FG/A, Juliano Merlotto, durante a Conferência NovaCana 2024.
Fonte: Novacana.com

